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RESENHA
A presente resenha refere-se às principais concepções de Rocha (2004) e Ferronato (2011) acerca do custeio variável e sua importância para as micro e pequenas empresas.
Rocha (2004) desenvolveu um estudo objetivando apresentar uma reflexão teórica sobre as informações geradas pelo custeio variável associada à metodologia do custeio-alvo como suporte às decisões no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos. A pesquisa de Rocha (2004) caracteriza-se pelo estudo exploratório tendo como subsídios teórico fontes secundárias com abordagem lógica dedutiva. Quanto a sistematização do estudo, foi desenvolvido em um ambiente em que se preconizou o método qualitativo, caracterizado pelo não emprego de instrumental estatístico como base de um processo para análise de um problema.
Ferronato (2011) por sua vez, através da obra relacionada ao livro-texto (PLT) evidencia argumentações acerca da gestão contábil-financeira de micro e pequenas empresas, cujo conteúdo serve como principal embasamento teórico para a realização deste trabalho acadêmico.
Rocha (2004) destaca as argumentações de Ansari (1997) para explicar sobre o custeio-alvo enquanto um sistema de planejamento de lucros, cuja vantagem está no planejamento dos custos por meio de uma visão de mercado e redução de custos do produto, citando ainda Viégas e Calarge (2003) para falar sobre a competitividade do mercado local.
Rocha (2004) destaca as concepções de Maher (2001) para evidenciar que no pressuposto do custeio variável somente os custos variáveis são atribuídos às unidades produzidas, sendo os custos fixos considerados como despesas do período. Neste contexto, o autor conclui que os gestores precisam conhecer tanto os custos fixos como os variáveis envolvidos no processo de produção de determinado negócio.  
Ferronato (2011) argumenta que as principais características dos custos fixos são as seguintes: importância financeira fixa dentro de uma quantia relativa de produção total; acréscimo do custo fixo unitário com o decréscimo das unidades produzidas e vice-versa. Por outro lado, os custos variáveis estão relacionados com o volume de produção ou de atividade empresarial, em outras palavras, “são os custos que variam com a unidade produzida – mão de obra direta e materiais diretos”. (FERRONATO, 2011, p. 160).

No que tange às decisões de investimento, Rocha (2012) destaca que o foco nos lucros norteia as decisões tomadas na empresa, cabendo aos gestores meios necessários de se obter lucro suficiente para manter a empresa no mercado. Neste contexto, o autor afirma que é preciso selecionar ativos que venham a oferecer benefícios financeiros futuros que proporcionem um valor maior ao seu custo.

Para abordar sobre o custeio variável, Rocha (2004) cita vários autores os quais demonstram certa preocupação com os métodos utilizados para o custeamento dos produtos. Assim, o autor explica que os custos fixos independem do volume de produção praticados pelas empresas. Ele cita Martins (2006) para argumentar que existem limitações na utilização de métodos de custeio para fins gerenciais em que os custos fixos são apropriados aos produtos. Com base nas concepções de Leone (2000) Rocha (2004) afirma que o custeio variável por sua vez é fundamentado na ideia de que os custos e despesas inventariáveis são aqueles identificados diretamente com a atividade produtiva e que sejam variáveis com relação a uma medida dessa atividade.

Nesta perspectiva, “o custeio variável é aquele em que somente os custos variáveis diretos ou indiretos e as despesas variáveis são atribuídos aos objetos de custeio”. (ROCHA, 2004, p. 05). O autor acrescenta que os custos fixos são levantados integral e diretamente aos resultados do período e que as despesas variáveis apenas são utilizadas para se calcular a margem de contribuição, cuja margem, segundo Maher (2001), caracteriza-se como diferença entre o preço de venda unitário e os custos variáveis unitários.

Ferronato (2011) ressalta que o custo fixo dá a ideia de volume e ociosidade enquanto que o custo variável dá a ideia de eficiência eficácia e produtividade. Isto corresponde a um dos pontos favoráveis para a micro e pequena empresa mediante as despesas no tocante à produção.

Rocha (2004) ressalta que por meio do custeio variável é possível analisar como o comportamento do resultado é influenciado pelo volume de vendas, citando Vartanian (2000) para explicar que custeio variável possibilita a tomada de decisões importantes para a empresa.

Com relação às decisões dos gestores com enfoque no custeio variável, Rocha (2004) ressalta que a principal meta dos gestores deve ser a de maximizar os lucros, aumentar o valor de mercado das empresas e propiciar maiores retornos aos proprietários. O autor cita Assaf Neto  (1997) para destacar que a avaliação de decisões e investimentos como o fluxo de caixa e taxa de atratividade são fatores relevantes para a análise em torno do capital proposto no empreendimento.

Rocha (2004) salienta a importância de desenvolver produtos de qualidade para fidelizar os clientes ajudando a manter a empresa no contexto da competitividade, visto que os compradores tem se tornado cada vez mais exigentes. Neste sentido, vale ressaltar a importância do custeio variável na tomada de decisões sobre o mix de produtos na micro e pequena empresa. Neste sentido, Ferronato (2011, p. 160) destaca que os custos variáveis propiciam maior vantagem para a micro e pequena empresa exemplificando que, “quanto mais pares de sapatos a microempresa produzir, mais couro, solado e saltos serão consumidos”. Em outras palavras, os custos diretos no âmbito dos custos variáveis propiciam maior variabilidade em proporção a quantia total produzida pela microempresa.

Rocha (2004) conclui que existe a necessidade de investir no desenvolvimento de novos produtos à luz do custeio variável e do custeio-alvo. Neste sentido, ressalta que os empreendedores devem procurar antecipadamente analisar qual o preço do produto que pode ser suportado pelo mercado consumidor no sentido de vencer a concorrência e propiciar uma margem de lucros que sejam condizentes com as metas empresariais.